O palácio de Deus e o templo do rei
Marcos Horácio
A proposta desse livro é entender o contexto do surgimento da arte mineira no século XVIII, marcada pela colonização portuguesa e a afirmação dos valores cristãos católicos. As obras desse período são definidas pela retórica, condicionadas pela economia do ouro e por uma sociedade baseada em cânones aristocratas e escravocratas.
A história de Minas Gerais caracteriza-se pela organização laica das ordens terceiras, confrarias e irmandades e suas associações mais significativas são: Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Ordem Terceira de São Francisco de Assis, Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Irmandade de Nossa Senhora das Mercês.
A presente obra desenvolve uma análise da iconografia religiosa dessas diferentes irmandades, interpretando o discurso do poder instituído nessa época por meio dos símbolos e alegorias da realeza e da nobreza. Como santos e santas podem se comportar como fidalgos e aristocratas num palácio instituído em forma de igreja?