Jesus no evangelho do discípulo que Jesus amava
André Chevitarese
Fortalecimento da fé e intolerância religiosa são dois elementos que ultimamente têm andado juntos, possivelmente como resultado do recrudescimento dos filtros de leituras, cujo propósito final está mais para municiar o leitor da Bíblia com informações que mais parecem tijolos que ele próprio utiliza para blindá-lo, como se fosse uma espécie de redoma, servindo apenas para o separar, nunca para uni-lo a pessoas diferentes.
Assim, é indispensável que os filtros de leituras sejam removidos, que os tijolos que estão nas mãos dos fundamentalistas deixem de ser utilizados para construir redomas e passem a ser usados na construção de pontes, que sirvam para unir as pessoas, exatamente naquilo que as diferencia.
Sabemos que há uma velha e carcomida ênfase desmedida em querer harmonizar as muitas contradições presentes nos textos do chamado Novo Testamento. Encontra-se, porém, por trás de tal ênfase, o amplo uso da ideia fundamentalista de “inerrância” bíblica. Distante destes paradigmas, o autor da presente obra demonstra, em diálogo profícuo com a História, com a Arqueologia e com a Crítica Literária, outras possíveis perspectivas a respeito de Jesus de Nazaré ao colocar o Evangelho do Discípulo que Jesus Amava em contato com outros documentos.
Sobre o autor:
André Leonardo Chevitarese é historiador e antropólogo, com doutorado em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP), além de graduação e mestrado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde é professor titular do Instituto de História e no Programa de Pós-Graduação em História Comparada. As suas pesquisas são voltadas para temáticas relativas às experiências religiosas, em particular, no Cristianismo.